Causos Rock N Roll


 

Mekron e o lemão

 

 Não custa explicar direito o incidente cítrico que envolveu Mekron,

até porque o evento não pode ficar de fora de nenhuma retrospectiva

séria de 2007 para o rock da Ilha. Foi durante a segunda edição do Pé

na Jaca Rock Festival, na noite de 23 de junho do ano passado, na

Chácara do Cafofo, em Canasvieiras, mas pertinho do Trevo dos

Ingleses. A aguardada estréia ao vivo de Mekron dividiria o palco com

Soul Scourge, Mad Cunt, Ad-Infinitum, Microfonia dos Locão e Os

Ultramiliblindsz, mas a animada excursão de roqueiros que partiu da

Rua Esteves Júnior para a chácara estava pronta para tudo. Até para a

ausência do músico.

 

A noite era fria, mas agradável e o local era simpaticíssimo, uma

pequena chácara com gramados amplos, fogueiras, barracas de pipoca,

cerveja, água e quentão, banheiros químicos, equipamento de som de boa

qualidade e um detalhe que, até então, escapara da atenção de todos,

mas não dos aguçados olhos do repórter: carregados pés de limão

galego. Mekron não só chegou como deu autógrafos, posou para fotos e

anunciou que, ao contrário do que antecipara ao Diário Catarinense,

como publicado na Contracapa daquela tarde, sua banda de apoio não

seria a Bad Girls, composta só de moças. Destas, permanecia a

guitarrista Lili X, vinda de Mogi das Cruzes (SP) e a quem juntavam-se

Biano Kill Masturb (baterista do Tumor Maligno, lenda do hardcore

local, fundada em 1987) e um simpático mas calado baixista, de sorriso

fácil e semelhança física com um chapeiro do Hause, lanchonete

localizada na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, justamente a locação

escolhida por Mekron para seus segundo videoclipe, o de Paixão

Indemoniada.

 

À medida em que as horas avançavam, crescia a expectativa pelo show de

Mekron. Até que surge o anúncio de última hora: antes de Mekron, ainda

subiria ao palco a banda Black Sabiá, especializada em versões de

clássicos do Black Sabbath (claro) e Iron Maiden, estes cantados por

uma garota com visual inspirado no de Bruce Dickinson (vocalista do

Iron) fase The Number of the Beast. A banda foi recebida com

entusiasmo pelo público, mas não mostrou-se tão entusiástica quando a

organização pediu-lhes que encerrassem sua apresentação para o

prosseguimento das atrações marcadas com antecedência. A discussão que

se seguiu acabou em som cortado, protesto no palco, folhas de papel

com letras de músicas voando na platéia e lágrimas discretas da

vocalista.

 

Chegara a hora de Mekron. Ele tirou sua jaqueta de couro de cobra e

começou o show, em que não facilitava nem para quem foi até lá só para

vê-lo: ao invés de seguir com uma ou outra música, misturava versos de

suas músicas. Paixão Indemoniada confluía para Nostalgia, daí para O

Bem e o Mal e Conhecimentos da Madrugada, como um fluxo de consciência

acompanhado pela massa sonora em que destacava-se o riff de Dizzy Miss

Lizzy. O espetáculo ofendeu o purismo metálico de integrantes da

platéia, que passaram a gritar e xingar. A certo momento, o baterista

abandonou seu posto e tomou o microfone principal.

 

- Escuta aqui, nós estamos aqui dando uma força para o Mekron. E

vocês? Já ouviram Tumor Malino? São 20 anos de punk rock e hardcore,

porra.

 

E retomaram o show, nos mesmos termos que haviam estabelecido, sem

concessões. A história das artes é repleta de histórias de

confrontação entre artista e platéia. Mas Isadora Duncan, Richard

Stravisky, Bob Dylan, Caetano Veloso e Carlinhos Brown não tiveram que

lidar com o fator vitamina C. Foi o que aconteceu quando a parte do

público (a maior, verdade) que não encontrava-se hipnotizada pelo

espetáculo decidiu reagir atirando no palco os pacíficos limões

galegos; apesar do bombardeio intenso, nenhum atingiu Mekron. Ainda

assim, um dos organizadores viu que era hora de intervir, subiu ao

palco e foi ao microfone antes que que Biano partisse para cima dos

baderneiros.

 

- Ô, galera. O rapaz veio aqui cantar pra nós; já vaiaro, já guspiro,

já tocaro cerveja... agora... LEMÃO?

 

A pergunta pelo LEMÃO foi acompanhada pelo erguer da mão direita com

três limões galegos catados no palco e, para maior efeito dramático,

de uma quebradinha de pescoço, daquelas em que a orelha vai ao

encontro do ombro. E continuou:

 

- Será que vamos ter que fazer teste de QI na entrada? Ninguém aqui é

mais criança, não. Quem quer assistir o show assiste. Quem não quiser,

vai para longe; tem fogueira, cerveja, pipoca, tem quentão, pinhão...

 

Nem os gritos de "a barraca de pinhão está fechada" foram suficientes

para virar o jogo em favor da intolerância. E Mekron completou,

triunfante, o show.

 

por Mutley

 

 

* http://www.mekron.com.br/home.html

 

Cara, Joinville.

 

 

Chegamos lá e se tratava de um clube de sinuca chamado Liverpool.

Decoração com temas de pub, belíssimas mesas de sinuca em carpete

verde ou vermelho, e até o começo do show, umas 80 pessoas. Sentadas

ao redor de mesinhas. Nós tocamos num praticável de menos de 20 cm de

altura.

 

Sinto os produtores nervosos. Me pedem: toquem umas dez músicas, dêem

um intervalo, depois façam a segunda parte do show.

 

Pro Cabaret, é pedir muito. Tínhamos um repertório de no máximo 14

músicas próprias ensaiadas e nenhum cover. Não é nenhuma posição

idealista, é que dificilmente concordamos em tocar uma determinada

música.

 

O show começa. Vamos sem setlist pronto, eu vou dando as deixas e a

banda vai seguindo. As pessoas nos acompanham um tanto quanto

estáticas. A mesa que está mais próxima de nós, com quatro pessoas, se

levanta e vai para uma mesa no fundo da lateral. Aplaudem, mas com

frieza. Num determinado momento da primeira parte, mando:

 

- Agora nós vamos tocar um cover obscuro do REM. A música se chama

"Baby, I don't wanna hear you".

 

Peter Glitter olha pra mim puto e diz:

- Eu não vou tocar porra nenhuma de REM. Nem sei que música é essa.

 

Eu viro pra ele e digo:

- É aquela nossa, ainda sem letra.

 

Ele se toca, a banda entende e começamos a tocar uma música nossa que

eu acho um pouco aparentada de "Stand". Sem letra ainda, eu mando um

embromation que estou acostumado a cantar quando ensaiamos. A galera

vai aquecendo e delira. Vejo um alemãozão careca dançando horrores.

Depois, vou saber que é o Rubens.

 

Tocamos umas dez músicas. A platéia já entrou no jogo, já tem mais de

cem pessoas e pedem mais. Deixamo-los  com o intervalo.

 

Combinamos então que a banda volta ao palco sem mim, tocando outra

música nossa ainda sem letra. Vira um tema instrumental. Volto e ainda

tocamos mais outras cinco músicas (sendo que outra, mais stoner, sem

letra, é anunciada como um cover de Kyuss. Haja embromation).

 

Finalizamos com o bis de Rockstar Baby. A banda já transborda os

limites do palquinho. Já estamos tocando entre as mesas. Myself Deluxe

e seu baixo está sentado numa cadeira com os pés em outra. Phil Spider

me surpreende e dá um salto de dois metros de comprimento.  Estou

cantando em cima de cadeiras. Acaba "Rockstar Baby". A banda larga as

guitarras no velho clichê da microfonia.

 

Eu volto, imperativo, estendendo meu braço em uma saudação aprendida

com Eric Cantona, neste vídeo:

 

Todos se levantam. Aplaudem. Querem mais. Estou acabado, encharcado na

segunda camisa da noite. O dono do bar vem me cumprimentar.

 

"Você cantou num Tributo a Renato Russo em Ipanema?"

 

Termina nos dizendo que voltaremos no meio do ano. Rubens se

apresenta, diz que é maravilhoso que tenhamos ido ao paraíso das

bandas cover em Santa Catarina. A bilheteria surpreende. A noite está

ganha. Não há mais frio em Joinville.

 

Phil Spider, que chegou à banda em novembro, tem e teve várias bandas,

se despede de mim com uma frase: "Foi o melhor show da minha vida."

 

E eu acho que concordo com ele.

 

por Viomar

 

All Along the Watchtower

 

Isso, meio helicoptero, Vietnan, Martin Luther King, Malcolm X e Bobby

Kennedy morreno, clima proto-Easy Rider/"O sonho acabou", fuga da

cadeia, torre de vigilia, cancao de protesto TENDO q se eletrificar,

molotov, bomba de efeito moral... Tah tudo no solo, depois de "Tem

dois pulica chegando e o vento comecou a uivar".

 

"Deve ter alguma saida daqui", disse o palhaco ao ladrao.

"Nao precisa ficar nervoso", disse na manha o ladrao.

 

Eh foda, Hendrix sobe no podium DO LADO do Dylan, olha ele na cara e o

Dylan o reconhece. Nao eh aa toa q eh um dos melhores covers de todos

os tempos.

por Matias 

 

 

cinema nacional é cruel.

 

Outro dia passou no Canal Brasil um que era sensacional. Era anos 70,

aí tinha um bando de malaco meio hippie que chegava aloprando uma

cidadezinha do interior. Lá pelas tantas, sei lá por que, eles

encontram um amigo que não viam há tempos, o cara no maior bizú de

galã setentista, camisa apertada aberta no peito, cabelos ao vento,

aquela coisa toda. "Ô, Betinho, o que aconteceu contigo?"

 

E o Betinho contava: andava pegando uma ricaça, que vivia dando grana

pra ele, enchendo de presente. "O marido dela... é INDUSTRIAL.

Industrial", gaba-se. Aí ele leva os caras prum buteco e manda vir

uísque "e tudo do bom e do melhor" pra todo mundo. O boteco já era um

fenômeno. Dali a pouco, ele levanta-se. "Opa, a mulher do industrial

tá chegando". E lá vem a tal milionária. De fusca. Fusca verde. Cinema

nacional nunca decepciona.

por Fabio Bianchini

 

Mas Brando acho imbatível. Antes dele os atores falavam que nem

máquinas de telex. Gênio, pro cara não existia fala banal.

 

E tem a melhor história de diretor pra mim. Ele estava dirigindo e

atuando em A Face Oculta (um puta faroeste passado no litoral e

recordista mundial de erros de continuidade), produção

megaproblemática - principalmente por causa do Brando - que levou 4

anos pra ser concluída. O filme tinha uma cena em que ele precisava

parar e olhar pro mar, sendo filmado pelas costas. Só que ele estava

no quadragésimo take dessa cena, no segundo dia de gravação. Quando

perguntaram pq a demora, resposta: "estou esperando a onda certa"

por Arnaldo

 

 mambembe é last days. repulsa é paranoia, momentos de silencio e beleza em choque com momentos de gritaria e alucinaçao. psicodelia pré-psicodelia, cinema beatnik, o começo da geração do autor atraves de pouca grana e muita personalidade. acho foda, mesmo, e ainda acho que tu ficou impressionado de ver a catherine deneuve ir de toda bonitinha a descabelada louca em fração de segundos.

por Fred Leal, sobre o filme "Repulsa ao Sexo", do Polanski

 

 

 

Mallu Magalhães

 

sei que se estudasse no colégio eu ficaria lá nerdando com meus amigos contando piadas do monty python e do family guy e ela com os dela tocando violão. Provalvemente a ouviria em segredo pelo myspace e ia gostar, ia trocar uma palavra ou outra e talvez fizesse uma coleta e não entregaria : D

 

Minha mãe a veria num jornal ou outro e ia dizer:

- Essa menina não estuda no teu colégio?

 

E eu só diria é:

- É - não falaria mais nada, o resto todo ia guardar pra mim.

 

E teria um cara ou outro que ia gostar dela pelo hype e ia puxar papo na moral e eu ficaria putinho porque ele "só gosta pelo hype" quando na verdade gosta tanto ou mais do que eu, mas só tem coragem de ir falar com a menina, enquanto tô com raiva mesmo é pela minha timidez e se eu fosse amargo ia acabar achando ela escrota, mas tenho sorte, não sou, e ia voltar pros meus amigos e perder contato. Só anos mais tarde a encontraria novamente, por acaso, e ela ia lembrar levemente de mim, eu ia mencionar da coleta não entregue e ela ia rir e dizer com gosto que estou menos tímido. Ia rolar um certo interesse e daria pra ver pelos olhos dela: "Esse cara é legal, como é que não percebi ele antes?". Um percebe o outro e combina um chopp pois ela tem umas músicas na gaveta e eu tenho umas idéias legais que talvez ela se interesse. Uma parte minha ia começar a viajar que ela tá menos gostosa, emagreceu, tá com os peitos menores e as pernas mais magras, mas continua gatinha e tem um certo brilho nos olhos que não tinha antes, talvez por ter sobrevivido o hype ("e ela ainda faz músicas boas, mas só queria que ainda mandasse um Tchubaruba de vez em quando, talvez ela consiga, pros filhos dela").

 

Nisso ia chegar o namorado dela passando as mãos nas costas, naquela maneira de dizer que "Essa garota está comigo" e ia chegar a minha menina segurando a minha mão e com um brilho nos olhos.

 

E ninguém ia estar triste pela vida que levou.

por Francisco Barbosa

 

Uma banda e seus roadies duendes

 

Tianastácia tocou com a Zefirina no RockGol, foram muito simpáticos. Mas teve um momento engraçado, estamos na Van esperando eles chegarem pro primeiro jogo e eles se atrasaram bastante. Quando Chegaram nos cumprimentamos e nos apresentamos e tal, e um deles diz: Pô desculpe o atraso, estamos vindo de um show em Floripa, de ônibus, pq nossa equipe é muito grande tem 12 pessoas, não dá pra ser de avião...a Equipe de vcs tem quantas pessoas?

eu repondo, 3, eu, o baterista e o Guitarista

 

e um silencio desconfortavel se sucedeu........

 

por Martim

 

Planet HempA!

 

posso tentar te explicar pq EU acho o planet hemp bom

 

a começar que eles apareceram (na mídia) numa época meio parada

lembro direitinho que o clipe de legalize teve o maior bafafá

quando finalmente estreou na mtv, achei muito foda

era novidade uma banda brasileira com uma produção tão bacana

 

depois eles tocaram no vma brasil e a apresentação foi super style

o b-negão de cartola, o d2 de boá

puta tiração de onda, mas sem ser escrachado

sério, eu não tinha visto uma postura dessas numa banda mainstream

"jovem"

 

o primeiro disco é muito legal

dá para ouvir do começo ao fim direto

cheio de hit, apesar do tema recorrente ser meio chato e as letras

superficiais e até ingênuas (para a proposta da banda)

 

vi um show uma vez com a banda completa e fiquei de cara

era bem hardcore e cheio de referências legais

tinha uns respingos de funk fuckers e funk carioca antigo

coisa que no rio deve ser arroz com feijão, mas por aqui ainda era

fresco

 

e o marcelo d2 é um showman, não dá pra negar

mobiliza o público, faz todo mundo participar

 

num dos eletronika ele nem tinha trabalho solo direito então chamou

uma galera para o palco, sem combinar nada

o matias tava lá, ainda zoou no trabalho sujo que havia cantado também

por fernanda azevedo

 

NOFX

 

o mais bacana do nofx era a atitude escrota do fat mike, e toda rebeldia e tal, conquistava a molecada antigamente. eles tinham algumas sacadas legais de misturar jazz com hc, mas o resultado nunca era tããão legal, sempre vai valer mais pela nostalgia do que pela qualidade.

por Lilian De Munno

 

Early Beatles

 

Todo o norte da Inglaterra tinha uma cena "alt.country dos pobres" - o
skiffle. Acontece q uma banda mandou o skiffle pra merda e foi tocar
rock. Nao conseguiu tocar direito em Liverpool, mandarem eles pra
tocar na zona, na Alemanha. Tocavam 20 horas por noite todo o dia e
aprenderam a ser bons. Voltaram e apavoraram Liverpool. O resto...

por Alexandre Matias

 

 

"Thank you, Bob"

 

Saí de casa pra ver esse show sozinho, meio em cima da hora. Ainda tava quase em jejum - mais por falta de tempo que opção - mas ainda parei pra comer uns pastéis antes de ver o Dylan. Nada poderia me atrapalhar durante o show, nem fome. Logo no táxi senti que a noite seria foda: a primeira coisa que o cara perguntou foi "tá indo no Bob Dylan?", antes mesmo de eu dizer pra onde iríamos. "Também sou fã, tô só ouvindo a Kiss FM hoje, já tocou umas 3 vezes." E o tiozinho tinha uns quarenta-e-muitos fácil, fã tru. Partimos.

 

Atravessei a rua à pé pra fugir do afunilamento dos carros, e cheguei inacreditando na fila que eu via, saía do Via Funchal e seguia até quase a esquina. No meio do caminho, equipes de TV, incluindo a do Pânico, com Christian Pior e aquele outro cara lá. A fila andava rápido, e logo passei por eles, tendo que ouvir que "esse pessoal rico que vem pro show, depois não paga nem o condomínio… olha esse aqui, não tem dinheiro nem pra comprar barbeador!" Essa fui eu quem ouvi - confiram domingo na tv! Atrás de mim, duas moças (nem jovens, nem coroas) que tinham sido entrevistadas pelo Pior comentavam: "ai, tava morrendo de medo dele pedir pra eu cantar alguma coisa…", ao que a outra respondeu: "nem "Blowin' in the Wind"?"

 

Esse era meio o naipe da galera, mesmo. Uma molecada de uns 15 anos que, se fosse nos anos 90, eu diria que estavam ali por causa da versão do Guns pra "Knocking on Heaven's Door", e incontáveis casais de tiozões e tiazonas impecavelmente arrumados em suas Cherokees e Land Rovers - porque São Paulo é quase uma selva, afinal. Respeitava mais os carecas cabeludos com camisa do Raul Seixas, e eram vários. Beatles também foi uma escolha popular de camisa…

 

Entrei e quase todo mundo já havia sentado - tirando os fumantes do lado de fora. Logo achei minha mesa, e ainda tive que expulsar um cara da minha cadeira que tava achando que a fileira 'i' era ali. Três letras pra trás, garotão. O resto da mesa era tomado por um casal de namorados, mais uma família de 5 pessoas: pai, mãe, dois filhos "jovens adultos" (como diriam os Walverdes) e uma namorada. Ocupei o último lugar na cabeceira da mesa, vista do palco pela centro-esquerda - o lado para onde o Dylan ficaria virado enquanto no teclado. Olhei para o relógio do cara ao meu lado, e vi 22h em ponto. Dois minutos depois, as luzes piscaram ("Êeeeeeeeee! Aaaaah…"), e logo se apagaram. Ia começar.

 

Mesmo numa versão acelerada - Dylan tem mania de cantar em 3/3 enquanto a banda toca no 4/4 - "Leopard-Skin Pillbox-Hat" era reconhecível ainda em seus primeiros acordes. Mais foda que isso era finalmente ouvir ali, em pessoa, aquela voz que já me acompanha por tantos e tantos anos, que me soa tão bem e tão reconfortante em disco, e nada menos que isso ao vivo. Sem contar que a faixa é uma das minhas favoritas do "Blonde on Blonde"… O show não podia ter começado melhor. Ou podia, pelo menos, começar igual. Imagina, um cara com uma carreira desse tamanho e a quantidade de clássicos que ele tem?

 

O show foi foda, e o setlist é aquele que eu já mandei. Muitas do último disco (Modern Times) - todas as boas, as mais ou menos ("Ain't Talkin'") em versões melhoradas, e algumas que tinham passado batido nas minhas audições ("Nettie Moore", "Workingman Blues #2″) com cara de novos clássicos. Sério, levei um tempo pra me ligar que "Workingman Blues" não era alguma do Another Side of Bob Dylan ou outro dos primeiros. Dessa fase séc. XXI do Bob Dylan ainda rolaram "Summer Days", que acho mais ou menos, mas tinha muito mais pegada ao vivo, "High Water (for Charley Patton)", outra muito mais emocionante e pungente na versão do show. E "Things Have Changed", a canção vencedora do Oscar pelo filme Garotos Incríveis, e uma das minhas favoritas dessa fase.

 

A seleção de clássicos também foi impecável, com "Stuck inside of Mobile", "Highway 61″ e "Like a Rolling Stone" irreconhecíveis (essa última, encerrando a primeira parte do show em clímax total). "Masters of War" foi a surpresa da noite pra mim, outra que acho muito genial, pesada, densa, e no show, o arranjo sombrio também não devia nada ao original. "I'll Be Your Baby Tonight" foi outra que me surpreendeu, amo o Nashville Skyline, e mesmo numa onda completamente diferente, mais quebrada, a canção continuou linda. Essa coisa do Dylan mudar as músicas no show não me incomoda em nada porque eu tenho certeza que, com 40 anos tocando as mesmas músicas, eu também encheria o saco de tocar tudo do mesmo jeito sempre. Pô, o cara é um gênio, não pode se acomodar. Mesmo que as versões não sejam necessariamente bem sucedidas (foi o caso de "It Ain't Me, Babe" pra mim), é lindo demais ver ele trabalhando e experimentando ali na sua frente.

 

O show teve dois contratempos meio desnecessários. A primeira engraçadinha que tentou subir no palco mal teve tempo de ficar de pé nele, e logo foi capturada pelos seguranças. Isso ainda na primeiras músicas, a segunda ou terceira, se bem me lembro. Já no fim do show, uma outra menina (o Dylan mexe com o fogo dessa mulherada, mesmo com aquele visú Vincent Price, impressionante) conseguiu andar até o meio do palco, e ficou parada de frente para o cantor com cara de apaixonada, bem teatral, mesmo. Quando ele se ligou no que tava acontecendo, deu uns passinhos pra trás com aquela cara de bolado, e logo os seguranças chegaram para arrastar a menina, que se jogou nos braços deles e foi levada arrastando os pés, com aquele olhar vazio de quem tá suspirando apaixonado. Foi meio assustador, com um cara paranóico como o Dylan, não queria arriscar dele se emputecer e acabar com o show. Mas ele levou na boa, deu umas risadinhas, dava umas espiadas desconfiadas ao redor… No fim, foi até engraçado.

 

Aí veio o bis, matador. A banda do cara é foda, e segura a onda mesmo com o Dylan mudando as músicas ali, na hora do show. É perceptível ao longo da apresentação toda, os caras conversando entre si e com o Dylan pra entender o que tá rolando, um ajudando o outro a achar o tempo quando o Dylan jogava tudo pro alto, essas coisas… Foda. "Thunder on the Mountain", tão hit quanto no disco - aliás, praticamente todas desse último disco que ele tocou, rolava um vocal CANTADO, quase igual ao do disco. Não cantou junto quem não conhecia.

 

Na sequência, todo mundo esperava a inevitável "Blowin' in the Wind", as outras já tinham ido todas… Ou foi o que todo mundo quis pensar. Quando começaram os primeiros acordes de "All Along the Watchtower", os yuppies decepcionados foram momentaneamente silenciados por um bando de fãs de Jimi Hendrix que haviam por ali, eu incluso. Lindo demais, lavou a alma.

 

Aí o show acaba, rola aquela expectativa por um segundo bis, e as luzes enfim se acendem. Faço o movimento contrário da galera e ando em direção ao palco pra tentar descolar um setlist. Sabia que minha chance era quase nula, logo que acenderam as luzes, os roadies do Bob Dylan - senhores em idade respeitável e que pagariam meia pra entrar no show - já tomavam o palco limpando tudo que ficou por lá e cobrindo todos os instrumentos e caixas. Não havia mais nada quando cheguei lá, a não ser outros fãs com a mesma cara de tristeza por não levar nenhuma memorabilia pra casa. Bom, tem o canhoto do ingresso, e admito, tive alguns pensamentos menos amorosos por alguns segundos quando as meninas subiram no palco, do tipo, "hmmm, se ele morresse no palco eu seria dono de uma cobiçadíssima peça da história da música pop". Mas durou pouco, hehehe. Prefiro continuar com esperanças de ver OUTRO show do Bob Dylan - aliás, eu veria, na noite seguinte. E seria ainda melhor.

 

Depois de um tempinho na frente do palco, saí pela lateral e passei em frente a entrada dos camarins enquanto bem enquanto o Suplicy entrava. Claro que a galera gritava "canta "Blowin' in the Wind"" entre pedidos de "me leva!". Saí da muvuca e dei de cara com uma menina que aparentava não mais que 14 ou 15 anos. Ela chorava copiosamente, cercada de uma galerinha que tentava confortá-la enquanto ela balbuciava palavras desconexas e engasgadas. Caiu a ficha: Mallu Magalhães.

 

Como bom poplister que sou, não podia deixar passar essa informação em primeiríssima mão, e consegui entreouvir o motivo das lágrimas: Mallu conheceu um determinado figura na muvuca da porta do camarim que disse "vamo lá Mallu, eu te levo no camarim pra você conhecer o Bob Dylan". E eles foram de mãs dadas até a entrada, quando o segurança indagou ao (rapaz? senhor?) de pulseira VIP: "ela tá contigo?" Sem titubear, o cara largou da mão de Mallu, mandou um sonoro "não" e saiu entrando sozinho. Mallu sentia-se injustiçada, "só não entendo porque ele fez isso, não tinha necessidade, se ele não podia me botar pra dentro era só não falar nada…" É, Mallu. Você foi OWNADA.

 

 

Enquanto caminhava para a saída, vários comentários de "que merda", "não entendi nenhuma música", "ele não tocou "Blowin' in the Wind", vacilo". Do lado de fora, ainda uma galerinha sem grana tentava algum milagre enquanto faziam uma rodinha de violão. O som? "Knocking on Heaven's Door". Fã de Guns é foda.

01. Leopard-Skin Pill-Box Hat

02. It Ain't Me Babe

03. I'll Be Your Baby Tonight

04. Masters of War

05. The Levee's Gonna Break

06. Spirit on the Water

07. Things Have Changed

08. When the Deal Goes Down

09. High Water (For Charley Patton)

10. Stuck Inside Of Mobile (with the Memphis Blues Again)

11. Workingman Blues #2

12. Highway 61 Revisited

13. Nettie Moore

14. Summer Days

15. Like A Rolling Stone

[BIS]

16. Thunder On The Mountain

17. All Along The Watchtower

Vai lá, imprensa cultural. Pode copiar. Créditos pra , por favor.

por Fred Leal

 

 

Syd Barret

tópico sobre o cara, começou sobre como seria um filme sobre ele. Por Gas, Matias, Pattoli, Bárbara.

 

 

 

Escreve ae.
 
 
 
 
Matias

 

Mas tou falando serio... Escreve. Comeca com ele morrendo?
 
 
 

 

Matias
Forcando a barra, "Interestellar Overdrive" - o q deixa as coisas mais

bizarras ainda, pq nao tem voz, tem quase dez minutos e nao tem nada a

ver com o resto da obra.

 
Pattoli
o que rolou?
nem sei
 
 
 
Matias
Foi numa van. Deixaram o cara em casa e um olhou pro outro. Ninguem

falou nada. Ninguem mais chamou o sujeito.

 
 
 
 
Matias

 

Tu sabe do ultimo show dele, com duas musicas?
 
 
 
Matias
Triste PACA.
 
O Wish You Were Here eh SOBRE o Syd Barrett.
 
Pattoli
isso eu não sabia.
 
Matias
Primeira musica: Shine on You Crazy Diamond: "Remember when you were

young... You shone like the sun... Now there's a look in your eyes...

Like black holes in the sky..." (me arrepio escrevendo isso, foda).

 

Coisa fina, mais um safra 1975.

 
Pattoli
pode crer.
agora tudo faz sentido.
 
Bárbara
grande ano.
 
Matias (mas voltando ao assunto...)
Aih no meio das gravacoes

o cara aparece gordo, careca, sem sobrancelha, fazendo umas piadas

toscas, ficando meio avoado sozinho. No comeco, nem sabiam q era ele.

Ate q a ficha vai caindo em cada um dos caras - e o clima depre se

instaura. Roger Waters chora. Olha o nivel.

 
 
Bárbara
lindo, lindo, lindo.
 
Matias
Canta inteiro, eh muito foda:

 

Come on you raver...

You seer of visions...

Come on you painter

You piper

You prisoner

And shine!

 

Me arrepio. Eh foda.

 
 
Matias

Na real, nao eh um show, vi agora. Sao tres. Com a outra banda q ele teve.

 

http://en.wikipedia.org/wiki/Stars_%28UK_band%29

 

Stars were a short-lived British supergroup that played three shows in

1972. Its members were Syd Barrett on guitar, Twink on drums, and Jack

Monck (of Delivery) on bass.[1]

 

[edit] History

 

The band played three live concerts in Cambridge before Barrett

disbanded the group. Shortly thereafter Syd Barrett left music and his

public life altogether and began living in seclusion. Recordings of

their performances were made but remain lost. All three performances

contained early Pink Floyd songs and different versions of tracks from

Barrett's 1970 solo album The Madcap Laughs. At one point in each show

Barrett entered one of the catatonic trances that had plagued his

later Pink Floyd performances, the worst coming in their second

concert, where Barrett became almost completely frozen and had to be

carried off stage.

 

[edit] Breakup

 

According to Twink, the band ended when Barrett approached him in the

street, carrying a scathing review[1] of their third concert. He waved

the paper in Twink's face and said, essentially, "That's it."

 
 
 
Matias

E depois q ele deixa a banda? O cara trancou uma namorada no armario

por TRES DIAS. E ele ainda era o fodao senhor psicodelico, a fama era

q o Floyd tinha passado a perna no maior nome da geracao inglesa e ele

ficava por aih, comendo a mulherada, tomando acido e fazendo merda. O

treco degringolou de um jeito q em 1970 ele jah era tipo lenda local,

nostalgia de um passado comico, morando de favor. Tem uma passagem q

neguinho vai visitar um cara q morava com ele e ouve uns gritos e umas

pancadas. Qdo o cara pergunta o q eh aquilo, o outro responde na maior

natura: "Eh soh o Syd... De vez em qdo ele tem uns ataques e a gente

deixa ele preso no porao escuro por um tempo... Jah jah passa".

 

Biografia e tanto.

 

Mas ae, a do Brian Jones tb eh FODAL. O Brian Jones eh o Syd Barrett

da primeira metade dos anos 60.

 

Música dos Engenheiros

 

compus uma musica pro engenheiros do hawaii so usando frases de voces dois nessa discussao

 

o nome é:

 

 

BANDIDOS, PESSOAS COMUNS

(fred leal/joao pequeno/fabio bianchini)

 

Uma bala voa rápido

E até então o cara

era uma pessoa comum.

 

Apertou o gatilho, já não é.

 

 

"Ah, tá tranquilo,

tomei um pipoco,

mas não era um cara comum,

já tinha virado bandido"

 

 

Não são pessoas comuns

que te ameaçam

 

Até atirar, eram pessoas comuns

 

Então as que ameaçam são comuns,

 

as que atiraram são bandidos (atiram, são bandidos)

Se são pessoas comuns,

não passam ao estágio de puxar o gatilho

por Fred Leal

 

Tesourinha!

 
Texto do Verissimo sobre ele(Esse eu sei que é real porque li na Placar):
 

Tenho algumas raridades entre as minhas memórias de louco por futebol. Uma vez, na Espanha, vi jogar aquele ataque do Real Madrid que tinha Kopa, Puskas, Di Stefano e Gento. Vi um jogo do Santos em Porto Alegre em que, no segundo tempo, entrou um garoto que estavam preparando para ser titular, chamado Pelé. Não achei nada demais.

 

Depois, morando no Rio, peguei a época em que o Maracanã enchia para ver o Santos jogar contra qualquer time. Foi certamente a última vez que lotaram o estádio não para torcer mas para ver alguém dar um espetáculo, não contando o Frank Sinatra. Peguei o Botafogo de Garrincha, Quarentinha e (suspiro) etc. Vi, de coração presente, as copas de 86, 90, 94 e 98. Mas a minha lembrança mais curiosa é anterior a todas essas.

 

Não me pergunte o ano. A federação gaúcha importou um juiz inglês para apitar o campeonato de Porto Alegre. Talvez desistindo de encontrar neste hemisfério um juiz que nem o Internacional suspeitasse de ser gremista e nem vice-versa, Mr. Barrick chegou. Não sei se foi no primeiro jogo que ele apitou mas digamos que sim, para efeito dramático. Tesourinha, ponta-direita do Internacional (naquele tempo havia pontas), pega a bola, dribla uns quatro ou cinco, entra na área e só não faz o gol porque a bola bate no poste e vai para fora. Começa a voltar, cabisbaixo (naquele tempo se dizia cabisbaixo), para o meio do campo e de repente dá com Mr. Barrick à sua frente. Para surpresa de todo mundo e, mais do que todos, Tesourinha, o juiz estende a mão e o cumprimenta. Até faz uma pequena reverência, de pés juntos.

Nunca mais vi um juiz fazer coisa parecida. Nunca mais vi um jogador de futebol ser homenageado da mesma maneira. E para dar uma idéia da grandeza do inglês - ou, talvez, de Tesourinha - deve-se dizer que nenhum gremista sugeriu, depois do gesto, que Mr. Barrick fosse torcedor do Internacional desde pequeno.

por Veríssimo, mandado por Michel, sobre o lendário jogador

 

Virada Cultural SP!

 

Eu só fui na noite de sábado, tentei ir ao Luiz Melodia mas não rolou. Daí Mundo Livre S/A (foooooda), velha guarda da Vai-Vai no palco de samba, Gal (foi muito divertido, só hits), lanchinho na PInacoteca (melhor lugar pra comer e descansar), raps no Parque Dom Pedro (tacaram o palco de rap no pior lugar possível. E tinha um policial pra cada pessoa. E revistavam todo mundo pra entrar. Achei meio escroto), pista das casas (pegamos o finzinho do Dago e o comecinho do cara do Praga) e Mutantes.

 

Domingo fiquei na casa da minha mãs mimando meu sobrinho :)

por Ligia Helena

 

http://blog.maraschino.org/?p=309#more-309

por Giglio

 

 

ontem fui, sozinha, ao show do simoninha cantando simonal. o irmão dele deu canja tb.

 

foi muito, muito emocionante. fui amarradona, com roupa de bailinho e tudo, feliz da vida.

 

dancei muito e, de repente, dou de cara com a frá, que estava sozinha, como eu, sem companhia que tivesse topado assistir ao "Alegria, Alegria".

 

ficamos juntas, nos divertimos, bebemos uma cervejinha e rumamos para a praça da república, onte estavam a palugan, susan e, de repente, pattoli! foi uma tarde beeem agradável ;)

por Sereia

 

apesar de trabalhar (mesmo) 12 horas seguidas e madrugada adentro,

consegui curtir. o clima tava muito, muito bom, ajudou a noite quente

e sem chuva; outono é o novo verão. além da música, as histórias

bizarras e os figuras que a gente encontrava no meio do caminho

valeram a correria.

por Shin

 

então, o melhor foi o luiz melodia no municipal...disparado. fiquei quase duas horas pra conseguir meu ingresso, mas valeu a pena, depois sentei naquela cadeira confortável e aveludada. ^^
 
vi sozinha, quer dizer, eu sempre faço uns amigos temporários nessas ocasiões e dessa vez foi um casal que aguentou meu choro e meus berros. que show FODA! foi hipnotizante..ele tocou tudo. vai passar na tv cultura e tenho quase certeza que vai dar pra me ouvir gritando. já me desculpo oficialmente e antecipadamente.
 
depois do municipal tudo meio que perdeu a graça, mas fui até o pateo do colégio encontrar uns amigos e conferir umas bandas indies. o pessoal estava com pressa de não sei o que e ficaram me ligando "vem logo pra cá, porra". eu, paulistana espertona pensei: rua quinze é o caminho mais rápido: peeeeeemmm...colocaram os djs de musica eletrônica justamente ali! insisti, mas fiquei presa. tinha uma rave no caminho, no caminho tinha uma rave...fui dançando e desviando da galera loca de sintético até escapar. legal da virada é que a gente presencia cada cena: quando escapei da rave vi uma paty locaça agarrando o colarinho do coitado do camelô gritando "ááááágua mooooço pelamordideus" e o cara assustadíssimo respondendo "calma moça...eu vou buscar...eu vou buscar". esse nunca vendeu tanta água na vida. fiquei com dó e comprei uma das cervejas que estavam sobrando no isopor dele.
 
finalmente consegui chegar no palco indie ( foi onde ocorreu o episódio da pinga). vi luisa mandou um beijo e vanguart. depois fomos lá ver, digo, ouvir a gal costa e foi lá na são joão que encontrei lenan, aninha, ligia e giglio. fofuras ^^ pena que não conversamos muito. eles me chamaram pra ir pro pq pedrão mas eu sabia que ia ser bizarro e recusei. por que será que colocaram os grupos de rap e black num lugar afastado? medo, mano, medo de mano.
 

fiquei lá ouvindo o zé ramalho e esperando pelo mutantes, mas comecei a odiar gente e fui pra casa. gente é foda. gente é o problema do mundo. invejei a galera moradora do centro sorrindo da janela em seus camarotes privados. da próxima vez vou reservar um quarto naqueles hotéis vagabas pra assistir tudo...

por Malg

 

 


 

O dia que My Bloody Valentine assistiu show do Wry

 

 

O dia que o My Bloody Valentine assistiu o show do Wry.

 

Deixarei de lado um pouco a poesia, a prosa e o verso, pra relatar aqui no meu blog um dia espetacular. O melhor dia desses 6 anos morando em Londres. Foi ontem, dia desesseis de maio de dois mil e oito. Quando fechei meus olhos e toquei por meia hora nosso set novo que o Brasil ainda esta para conhecer; e que assim tambem em transe fizeram Luciano, Chokito e Andre.

Eu ja sabia que existia a possibilidade de Kevin Shields (My Bloody Valentine) vir ao show, ja que sua namorada, Charlotte, era a vocalista da banda que tocaria antes da gente, ontem no Buffalo Bar, a qual podemos dizer que eh nossa casa nessa cidade cinza e sarcastica. E tambem, eu havia conhecido Kevin em uma outra noite quando essa mesma banda, Le Volume Courbe, havia tocado la.

 

Ja na passagem de som, estava la eu falando com Douglas Hart (The Jesus and Mary Chain) que eu tambem ja conhecia antes e que eh baixista do Le Volume Courbe, sobre a cover do Jesus que o Wry fez para uma coletanea britanica da ClubAC30 de bandas contemporaneas tocando classicos de bandas noise e shoegaze do passado, que vai sair em breve chamada Never Lose That Feeling. Acabei dando uma gafe quando fui perguntado qual era a musica e nao lembrava o nome, que agora com facilidade preenche minha cabeca: Some Candy Talking.

Fiquei nervoso depois disso. O bar estava quase para abrir e vi a lista de convidados: Kevin Shields, Colm O'Ciosoig and Debbie Googe (MBV) e Bobby Gillespie. Belinda nao viria, que ao meu ver, era justo, ja que eh uma ex de Kevin e o que estaria ela fazedo num show da namorada atual do guitarrista. O primeiro a chegar foi Bobby, que conheci um tempo atraz, no mesmo dia que conheci Douglas. Ele parecia perdido, falei com ele e todo estranho me perguntava de Douglas. O povo nao estava na bar, estavam num pub ali proximo. Nao sei o que deu na cabeca do vocalista do Primal Scream que saiu rodopiando e foi embora. Mais tarde Douglas confessara que nao tinha entendido nada, do porque de ele ter ido embora.

 

De qualquer forma, tudo isso acima nao eh nada comparado com a visao que tive momentos mais tarde - eu sei, sou obssecado, amo MBV acima de qualquer coisa - sei la porque, mas era como um pastor vendo Jesus e dois de seus discipulos entrando em sua Igreja. Exagero neh? Mas ta valendo, nao foi meu esse comentario. Mesmo assim, descendo a escada avistei MY BLOODY VALENTINE!

 

Falei um oi cordial, ja que conhecia Kevin. Comentei sobre um assunto que nos ligou em contato desde a primeria vez e perguntei se ele iria ver a gente, disse que sim. Eu sai.

 

As 10.20pm entramos no palco, tocamos os tradicionais trinta minutos de shows que fazemos aqui (e que nao aguento mais, nao vejo a hora de tocar no Brasil um set mais longo), com meus olhos fechados e a emocao a flor da pele. Nao encanei com nada, nao errei nada, fizemos simplesmente o melhor show em Londres, na minha opiniao. Desculpe-me, se pareco repetitivo quando falo que o ultimo foi nosso melhor show, mas se prestar bastante atencao, nao sao todos os ultimos shows que acho o melhore. Esse foi.

Abri meus olhos antes da ultima musica, Disorder, que agora esta numa melhor forma do que aquela que tem no Youtube. Brinquei com o publico e quando olho em minha direcao, um pouco atraz do povo da frente, Kevin Shields sorrindo pra mim. Abaixei a cabeca e tive a certeza que meu unico idolo estava dando uma certa aprovacao com um sinal com o rosto e o sorriso. Beleza, terminou o show e estavamos felizes por mais um desafio terminado e conquistado. Mas nao parou por ai.

 

Ja no backstage amigos vieram falar do show e comentar que o MBV estava curtindo o show inteiro. Ja fiquei realizado e para mim, eu poderia ter ido embora aquela hora. Sai do camarim, passei por amigos e fans que me paravam com comentarios elogiosos. Indo no caminho da porta, pois minha namorada estava fazendo a entrada para gente, vejo a figura do Kevin deixar um grupo com a qual conversava e vir, por entre pessoas e o aperto, falar comigo. Apertou minha mao firme e disse o quanto o show tinha sido bom. Apertou de novo e completou dizendo que teve momentos do show em que ele pensou em musicas novas. Que tinha se inspirado. Eu disse ironicamente que nao acritava no que dizia, mas que depois pagaria uma bebida para ele. Ele sorriu e eu sai dali, com a cabeca a mil. Poucas coisas me atingem, mas algumas me matam, como essa acima.

Ja eram 11pm e conversamos muito depois, sobre tantas coisas diferentes e ate segredos que nao sao contados a jornalistas, e que eu nao vou relatar aqui. Um dia talvez eu te conto pessoalmente. Debbie Googe disse ter sido fantastico o show, de qualidade e de um carisma impressionante. Do Colm, o baterista do MBV, diziam que balancava a cabeca durante o show todo. Foi bem simpatico comigo, mas nao conversamos, so fomos apresentados. Kevin acrescentou tambem mais tarde que a musica Bitter Breakfast fez ele mesmo pensar numa outra musica. Falando com o Luciano, ele disse que estao escrevendo musicas novas pros shows que vao fazer esse ano. Conversaram sobre pedais. Sons. Ebay. Conversamos sobre caches, Brasil, Londres, guitarras, Belinda e os ensaios da banda.

 

Tiveram mais duas gafes: eu derrubei um copo de vinho da Debbie, que na verdade nao segurou direito deixando espatifar no chao, do que nos dois queriamos ser o culpado. E Kevin, quase cometeu a gafe da noite. Tinha um anaozinho em nossa frente uma hora, de costas pra gente. Eu vi quando Kevin tentou cutucar o carinha, mas se retraiu rapidamente cochichando comigo que tinha pensado que o cara estava ajoelhado nos cacos do copo que eu havia quebrado. Imagine que engracado e super chato, eh claro, falando pro carinha se levantar.

 

A noite foi longa e muito divertida, uma noite que ficara na minha memoria. Estavam la muitos amigos, entre eles toda a Goo Goo Gang remanescente em Londres.

por Wry


Show do Death Cab

 

 

depois faço um post legal, com fotos e filminhos lá no blog.

mas, pra quem quiser saber: a noita foi MÁGICA do começo ao fim. era comemoração do nosso aniversário de 2 anos de casamento, a gente não tinha conseguido credencial e já estávamos conformados em morrer em 80 dólares. valia a pena. aí, tô eu lá na fila do guichê quando um carequinha vem e me pergunta:

 

- "você vai comprar ingresso?"

- "pretendo." ele põe a mão no bolso e tira dois ingressos. "tá aqui." eu penso que ele quer vender e já ia falar que só tinha cartão, quando ele se antecipa.

- "não, beleza." e sai andando.

 

fico sem reação, óbvio. só aí reparo que ele está com a mulher, e que ambos me deram um par de ingressos DA ÁREA VIP.

jana tá me esperando no carro e não entende nada quando eu chego rindo que nem idiota. ficamos nos abraçando e falando de destino e essas coisas tontas, mal sabendo o que ainda estã por vir. a noite começa bem, já ganhamos até presente de aniversário de casamento.

 

o show do bob mould já tinha acabado (merda) e tava no intervalo antes do presidents of the usa. aproveitamos o tempo pra ver qual é a dessa área vip. descrobrimos que não é nada demais, não tem boca livre, só tem um bar menos cheio, com banco e balcão, telões e banheiros menos disputados. o show começa e resolvemos ir pros nossos lugares. o lugar se chama bank of america pavillion, uma tenda gigantesca à beira de um rio, grande paisagem. todos os assentos são numerados. descobrimos que o nosso lugar ali também é vip, tipo um mini camarote, distância boa do palco. também descobrimos que os garçons vêm tomar pedidos da gente ali, o que também é legal e seria bem melhor se a cerveja não fosse tão cara (7 dólares a mais barata). vemos todo o presidents, uma mistura dos clássicos (cantados em côro pelas aproximadamente 10 mil pessoas), das novas (praticmente ignoradas) e de uns covers (kick out the jams, não lembro das outras).

 

acaba o show, vamos ao banheiro vip e aí vemos a vantagem. na fila, encontro o casal de novo. fico agradecendo muito, peço desculpas pelo meu laconismo na fila da primeira vez e falo que é nosso aniversário de casamento. a mulher (gill) faz uma expressão de incredulidade. eles se entreolham e começam a rir muito. antes que eu pergunte se a risada é de mim ou pra mim, eles revelam: TAMBÉM estão fazendo aniversário de casamento. jana não está por ali de novo, mas minutos depois reencontramos os dois lá dentro: o camarote tem 4 lugares, 2 são deles. lá, para incredulidade e estupefação geral, eles revelam que tinham comprado os 4 ingressos, iam convidar um casal de amigos mas desistiram. estavam esperando *a pessoa certa* para dar os 2 ingressos. ficaram uns 10 minutos ali e estavam desistindo, quando me viram. por algum motivo bizarro, eu era a pessoa certa. sei lá por que, eu tava sozinho e tenho cara de mau. fico pensando que eles podem ter inventado isso pra história ficar mais bonita, mas eles estão mais impressionados do que a gente com isso tudo. enfim.

 

pra completar, o death cab toca simplesmente TODAS as músicas que a gente queria ouvir. dcfc é o tema do meu casamento, eu e a jana começamos a namorar ouvindo o transatlanticism e meu anel de casamento tem "the only song i want to hear" gravado. tocaram umas 8 do disco novo (ainda nao gravei os nomes, mas amanhã checo), e ainda tocaram antigas como "the new year", "soul meets body", "sound of settling", "marching bands of manhattan" etc. o bis começou com "title and registration", a primeira música deles que a gente curtiu juntos. lógico que a jana deu a maior pala do mundo, chorou, gritou e o caralho. a banda é muito boa ao vivo, o batera toca muito, como eu esperava, e as guitarras são muito bem trabalhadas, misturando barulho com sutilezas naquela medida ótima entre yo la tengo, wilco, mercury rev, elliott smith etc.

 

infelizmente, a jana tinha esquecido de deixar a câmera carregando, então não tínhamos muita bateria. conseguimos filmar um pouco, mas os seguranças também vieram encher o saco (um deles enfiou a mão na frente da camera quando a jana tava filmando, mó cuzao). mas depois eu jogo na galera o que conseguimos.

 

mas a gente não poderia ter pensado num presente de casamento melhor.

por Mateus

 


Herzog

 

Herzog é doentão. Já viu aquela entrevista em que de repente alguém dá

um tiro de chumbinho na barriga dele e o cara continua falando numa

boa? O repórter chocado e o Herzog "nah, isso não tem nada demais"

tipo acontecesse toda hora, ha.

por Arnaldo

 


Revirando os Vinis da minha mãe...

 

achei o primeirão do elvis (o que o clash plagiou a capa). edição americana, original (ou quase, foi lançado em 1956). não que tenha sido comprado na época, meu pai comprou pra ela em 80, quando foi aos EUA (na verdade, um colega comprou pro meu pai, ele estava embarcado e não pode descer, pediu para um colega comprar alguns discos do elvis para minha mãe, e ele provavelmente comprou esse em uma loja de usados).

 

engraçado que sempre lembro da minha mãe contando essa história, e de como ela não curtia muitos esses discos do elvis que meu pai trouxe -- a maioria do início da carreira, e ela preferia o elvis gordo e velho.

 

enfim, agora é meu -- junto com os outros. só por curiosidade: alguém tem noção de quanto isso vale, se eu fosse vender? está em perfeita condição, sem arranhões.

por Bruno Correia

 

quando eu era criança, uns dez anos acho, achei na casa de uma tia vários vinis do roberto carlos, todos com dedicatória do meu pai b. pra minha mãe. na época eu não entendi muito bem o porquê daqueles discos estarem ali, porque ainda não sabia a história real dos dois. me contaram uma história qualquer, dai me esqueci dos discos por um tempo. anos depois, junto com um monte de outros pormenores [infelizmente não tão agradáveis quanto esse], descobri que o meu pai b. usou os discos do roberto carlos pra conquistar a minha mãe, que sempre foi louca pelo rei.

fui correndo na casa da tal tia reclamar a minha "herança" e quase chorei quando a minha tia me contou que quase todos os vinis da casa, entre eles todos os do roberto carlos, com dedicatórias do meu pai b. pra minha mãe, tinham sido comidos por traças, cupins, ou qualquer coisa que o valha.

 

ainda hoje fico triste quando lembro dessa história.

por Juliana Alves

 

isso tá me lembrando aquele tópico sobre iniciação musical...

 

Esses dias eu estava lembrando de um dos discos do meu pai que mais me marcou, o Unhalfbricking do Fairport Convention. Aquele casal de velhinhos da capa fizeram parte da minha infância. Lembrei porque saiu uma reedição do disco esses dias. Vou até escrever sobre ele no meu blog.

por Claudio Silvano


 

Márvio a Ro Ro

 

Agora, com tempo para dizer: a noite foi incrível.

 

Ser maquiado pela destríssima Ligia Helena; ver presente Helena que, a

esta altura do campeonato, já teria todo o direito de não assistir a

mais nada meu; perceber do palco que Bárbara e Danilo, lá no alto,

zelavam por mim; achar Dani Arrais e Bruna Beber nas cadeiras;

encontrar ao fim do show Rafa (e poder ter sempre o peso de sua

opinião, por mais que às vezes eu não concorde), Malg e Marcela, só

para citar os poplisters presentes (esqueci de alguém, meu Deus?!);

ver João Pequeno esperando o show acabar, porque o trabalho não o

permitiu chegar cedo, ver Fred, Lilian, Jesse, Bianchini e Jarmeson

comentando isso de longe, tudo isso não tem preço.

 

Infelizmente, ainda estou na fase em que o SESC me dá só 3 cortesias. :(

 

Já disse isso outras vezes, mas a verdade é que, nessas horas,

perceber-se que não há solidão, que há apoio, que há sobretudo

INTERESSE no que faço com a música e a voz, tudo isso me empurra para

frente, me ajuda a decidir, e essa gratidão estará registrada naquilo

que eu fizer. Vocês melhoram minha voz.

 

Eu sou um artista da web 2.0, produto inequívoco de E-Zine e Poplist,

talhado pelas informações musicais, críticas e aplausos que encontrei

com tantos aqui. Alguém que aprendeu com Cissa, com Fred, Matias, de

outras listas. Peço sugestões de repertório aqui porque sei que falo

com especialistas. E vou em frente.

 

E o recital da Ângela Ro Ro foi demais, independentemente do que sua

persona a obrigue a dizer. Só deixou essa noite melhor.

 

Muito obrigado.

por Márvio

 


Santoro de Cueca

 

Não começa assim, do nada: o cara entra na suíte do Copa, arranca a roupa do corpo e grita diante da equipe que o espera: "EU SOU ATOOOOOOOOOOOOOOOOR!!!!!!!!!!!

!!!!!!!!!" feito já vi o Nix fazer várias vezes, exagerando na careta de curinga (mas sem a parte de tirar a roupa e da suíte do Copa). É mais tarde, depois da maquiagem e das perguntas e respostas mais longas, quando começa a sessão de fotos e o cara tem que trocar de roupa. Aí acontece. E acontece por mais de 4h seguidas.

 

Aí Rodrigo Santoro de cueca e eu de gravador, dentro do closet da suíte do Copa, enquanto ele experimenta "looks". Aí Rodrigo Santoro de toalha, depois de fazer umas fotos tipo Oi, tô de terno branco fumando um charuto e bebendo dentro dessa piscina de ladrilho preto que tem no Copa e vou dar esse charuto pra Ciça e dizer "ah, tu gosta? tá babado mas tá limpinho, rerere". Com o charuto na mão ou na boca, eu pareço uma mãe de santo. Ele, com o mesmo charuto, parecia a coisa mais genial do mundo. Até as centenas pombas que vivem nas marquises do Copacabana Palace pararam de cagar (tem muito coco de pombo em torno dessa piscina preta do terraço do Copa, mas nenhum coco era fresco, elas de fato pararam de mirar na gente pra ver o Santorinho). Aí o sujeito sai de dentro d'água e - adivinha - porra, ele tava de calça branca.

 

Santoro de cueca. Santoro de toalha. Santoro de calça transparente molhado saindo da água me dando um charuto com a baba dele preu babar também.

 

E agora, Braziu?

 

Quero ver outro homem de cueca na vida?

 

Quero adicional de insalubridade de pelo menos 500 euros do jornal que me fez essa, minha saúde mental tá aloprada. Quero recuperar o sentido da vida, chacoalhado desde que vi Santoro de cueca. SANTORO DE CUECA! ACABOU, CABOU TUDO. THAT'S IT.

por Cissa

 


PORQUE O POP TEM TANTA RIMA OXÍTONA ou PORQUE É MAIS FÁCIL FAZER ROCK EM INGLÊS

 

Se você vai fazer música pop, você termina seu verso na cabeça do

tempo, porque permite um alongamento da nota.

- Ex: "É preciso ama-a-ar/ as pessoas como se não houvesse

amanhããã.../porque se você para-a-ar/pra pensa-a-ar/na verdade não

há-á-á"

Se você fizer isso com uma palavra oxítona, você pode terminar a

melodia do jeito que você quiser. São mais maleáveis. Mas claro,

fazendo isso sempre, as rimas ficam pobres.

Se você fizer isso com uma paroxítona, vai ter que enfraquecer a

sílaba final, a não ser que vc cometa um crime de acentuação. A sílaba

final tende a ficar mais grave que a sílaba tônica que a precedeu,

justamente pra sair sem força.

Exemplo: "Meu cachorro me sorriu laTINdo."

Se você quisesse que a última nota fosse mais aguda que o TIN, vc ia

cantar "latindú" e ia ferir a prosódia (a lei que coloca sílabas fortes

em notas fortes).

Um exemplo de letra de prosódia discutível:

"O amor com tudo de real teor de beleza, realce"

(Note que na real ele canta: "O ámorcom túdode ré-al têor di-be-le-zá")

 

EXPLICAÇÃO MAIS LITERÁRIA

Cara, o inglês é uma língua binária, que casa bem com ritmos marciais,

duros. As palavras são curtas. Se você fala uma frase em inglês,

normalmente as sílabas se alternam em um tempo forte e um tempo fraco.

Isso deixa o inglês ótimo para a maioria dos ritmos, mas perfeito como

poucos para o rock, que é 2/4 e 4/4 sem quebras.

- Ex de tempo forte e fraco: I don't WANna LOSe-you NOW

OBS: Em poesia, o verso decassílabo da língua inglesa tem cinco

acentuações em dez sílabas _uma alternância de tônicas nas sílabas

pares. Se chama, não por acaso, pentâmetro jâmbico.

Em línguas latinas, você tem palavras maiores, mais extensas. À

exceção do francês, que é um paraíso de oxítonas, vc tem muitas

palavras de três sílabas e muitas com acento tônico na penúltima. Isso

se encaixa melhor com ritmos sincopados (com mais quebras, menos

tumtitumtitum). Samba favorece, tango favorece, melodias elaboradas

facilitam.

OBS: Em poesia, o verso decassílabo latino acentua três vezes a cada

10 sílabas. Ou na 4ª, 8ª e 10ª sílabas, ou numa anterior a gosto, na

6ª e na 10ª

Ex: "As ARmas e os baRÕES assinalados"
por Marvio dos Anjos

 


O Melhor pra você!

 
Eu sou um dos dois culpados pela "existência" do Thiê.

 

Falando isso, parece que o esperma era meu. Mas não sou TÃO culpado

assim. Melhor explicar logo:

 

Na minha época de metaleiro (quando eu tinha CABELO BOM! hahaha), fui

a uma tarde de autógrafos do (f)Angra, que é uma bandinha afrescalhada

e safada que teve um bom momento quando lançou o álbum Holy Land.

Digressiono. Fui lá pegar um autógrafo para um amigo meu tailandês que

mora nos EUA, que era muito fã da banda. Estou eu e um amigo, o eterno

baixista de todas as minhas bandas (e que tinha tocado recentemente

com o pré-goblin da farofa numa banda de metáaaaau), bebendo uma

cerveja na porta da galeria da Hard N Heavy do Flamengo, já com a

missão cumprida mas mantendo nossa pose de malvados. E lá vem ele:

 

- E aí, caras, tudo bom?

- Beleza.

- Vieram tirar foto? Essa banda é foda!

- Mais ou menos, né? Bom mesmo é Warrant e Poison *modo irônico on*

 

Eu tinha de ter tirado foto daquele momento. Ele parecia o Sapulha

abrindo um sorriso de orelha a orelha, o brilho nos olhos. Foi um

momento de revelação divina.

 

- Sério? É o que eu mais gosto, metal não tá com nada! Mas ninguém me

entende ...

 

Ele ia continuar com o momento confidência, mas precisamos cortar o

papo senão ele já ia começar a falar que "se fosse tranquilo, ele iria

se vestir de mulher o dia inteiro, dar a bunda pro Bret Michaels" ou

algo do tipo.

 

Uma semana depois, ele alisou e oxigenou o cabelo. E comprou um

spandex rosa.

 

Que Deus e o mundo tenham luz para me perdoar.

por Pedro Fraga
 

YMCA, PORRA!

Camarada meu (meio cabaço ainda de som punk) acaba de me ligar revoltado da

vida. Hoje ele me liga na hora do almoço me enchendo o saco dizendo que o

Black Flag ia tocar em Viena. Eu claro disse que ele tava louco porque a

banda acabou faz tempo e que eu saiba não voltou. O bicho teimou e queria

que eu comprasse os ingressos antecipados pra ir com ele. Eu falei que ia

ver agora a noite se esta parada era séria.

 

Ele comprou o ingresso dele antecipado e só agora descobriu que é o BLACK

FAG! Um tributo de uns negrões viados cantando versões tipo village people

para os clássicos do Black Flag. Eu ri tanto que ele desligou na minha cara.

Acho que perdi o amigo.

por Marcioka
 

 

eletronika

 

1o dia - quinta (28/08/08)

 

a primeira noite de eletronika foi melhor do que eu esperava. apesar

de ser um show sentado, sempre é bom assistir a qualquer coisa naquele

palco do palácio das artes. o som é excelente, coisa rara nas casas

daqui.

 

o show da fernanda takai foi lindinho demais. fiquei boba com o

repertório, só covers. minhas favoritas foram must be talking to an

angel do eurythmics e insensatez de tom e vinícius. a banda de apoio

dela é fora do comum, na primeira hora tudo funcionou com perfeição.

 

no meio do show, entra a maki nomiya, saída de um prom norte-americano

dos anos 80, com direito a luvas longas e rabo de cavalo de lado, duro

que nem um pau. é muito laquê nesse meu brasil.

 

mesmo assim, a japa ficou fofa. toda glamourosa, esbanjou simpatia.

desfilou, montou uma dancinha coreografada junto com a fernanda em

twiggy twiggy e fez backing para made in japan, do pato fu. essa

última não funcionou muito, mas valeu a intenção.

 

se o show terminasse com o fim da participação da maki, seria

perfeito, redondinho. mas aí voltaram para as músicas lentas e isso

desanimou um pouco. na 2a parte, rolou uma versão animadinha (e, na

minha opinião, sofrida) de ordinary world do duran duran.

 

no bis, volta a maki para cantar twiggy twiggy de novo. dessa vez, o

público saiu das cadeiras e foi pra frente do palco.

 

intervalo. cerveja em temperatura ambiente.

bom, pelo menos tinha cerveja.

 

nos show do vanguarte, as cadeiras só serviram para atrapalhar. ficou

só uma parte do público anterior, a meninada. o pessoal gosta mesmo,

né? cantava junto nas músicas em português.

 

tenho que confessar que não me identifiquei muito com o disco, mas o

show foi outra coisa. muitas músicas em inglês, o que já me soa mais

familiar. em alguns momentos, me lembrou multisofa, em outros,

placebo.

 

achei um bom show, me segurou até o final, não foi cansativo. não sei

o nome das músicas, então fica difícil comentar. lembro que uma tinha

as linhas de baixo idênticas a glorybox do portishead. em outra,

durante os primeiros minutos, eu achei que se tratava uma cover lenta

de somebody to love do jefferson airplane. não era, claro, mas ficou

bem legal.

 

o som estava inacreditavelmente alto, até um pouco distorcido. aos

poucos foi melhorando.

 

depois do show, fui para um bar fazer hora para a velvet. cheguei lá

na hora certa, no início do set da maki nomiya. assim, o set não foi

bem dela. surgiu uma versão japonesa do dj zé pedro, que foi quem

assumiu os cdjs. ela, então com um modelito 100% made in japan,

incluindo um cabelo super elaborado de gueixa, se limitou a dançar,

bebericar champagne com canudinho e falar no microfone de vez em

quando.

 

pena que as fotos e videos que eu fiz não são meus, senão eu mandava

aqui pra vcs. foi simplesmente inédito e bizarro (no bom sentido)

ouvir uma hora de músicas dançantes em japonês. de norte-americano,

que eu me lembro, só tocou xanadu e physical, da olivia newton-john.

 

o "zé pedro" até ficou emo, tocou um rock e cantou junto no microfone.

foi uma noite memorável.

 

 

2o dia - sexta (29/08/08)

 

o trânsito caótico de sexta me atrasou em mais de meia hora. ainda não

havia começado o show do guizado, mas nem adiantava. a câmera tinha

um único pino de bateria e ficou carregando até o início do pexbaa.

podem me malhar à vontade, eu adoro essa banda.

 

quase ninguém na sala joão ceschiati, o pexbaa à postos no palco e

nada de começar. o caminhão da rede minas ainda não havia se

posicionado. fabricio nobre impaciente, pois tinha que passar o som

com lucy & the popsonics na roxy e só poderia assistir a uma música.

 

não tenho o conhecimento técnico e a articulação necessária para

comentar sobre o show do pexbaa. não sei explicar a razão pela qual

esse tipo de música faz tanto sentido pra mim. também não entendo como

uma banda tão importante, que não se apresentava há anos, atrai tão

pouco público.

 

por incrível que pareça, achei o show bem mais pop que o último. as

músicas estão mais "digeríveis", e ficaram ecoando na minha cabeça até

o show do instituto.

 

pois é, perdi o m.takara. fui tomar uma cerveja no café e trocar

impressões do show com meus amigos, acabei me distraindo. corri para o

grande teatro, para registrar o show do curumin, e voltei na esperança

de pegar o final da apresentação do baterista do hurtmold, mas já

havia acabado.

 

enfim, subi para esperar o instituto. pouco público para o grande

teatro. me posicionei na primeira fila, no meio do palco, para

conseguir fazer os videos e tirar as fotos sem incomodar ninguém.

entra a banda e olha só quem aparece: carlos daffé, bem na minha

frente. pronto, fiquei emo antes da primeira música começar.

 

peraí, tenho que explicar um pouco da história "tim maia racional" na

minha vida. os dois volumes eram os discos preferidos de um ex-

namorado meu. ele é fã de soul nacional e me apresentou muita coisa do

gênero. isso virou a trilha sonora daquela época. então, quando

começou o show, voltei aos meus 23 anos.

 

acho que filmei todas as músicas. o editor da oi tv vai me odiar para

o resto da vida, mas não tinha como. cada uma melhor que a outra. a

banda é excelente. eu assisti a um show memorável deles no festival

upload, em sp. já tinha idéia que não seria qualquer coisa. além do

carlos daffé nos vocais, participaram celo x, b negão, negra li e

curumin.

 

o público se apertou nos corredores entre as cadeira para poder

dançar. muita gente emocionada. foi bonito.

 

tocaram os dois discos inteiros, mas não na ordem. pra finalizar, ela

partiu, com direito a trechos do homem na estrada, dos racionais.

 

 

 

3o dia - sábado (30/08/08)

 

não é muito fácil escrever de ressaca e com o vizinho ouvindo "nada

por mim" no repeat há mais de meia hora. mas vamos lá... 

 

a noite começou com uma chuva muito forte e inesperada, que desabou

logo depois que deixei o lariu no hotel. marcamos de almoçar com o

nobre e os lucy & the popsonics, mas o horário coincidiu com a

gravação da banda para o alto-falante. na volta, me senti naqueles

comerciais de 4x4, atravessando rios e desviando de árvores caídas.

cheguei em casa e foi o tempo de tomar um banho para a luz acabar.

ótimo, logo no dia do relato frente às câmeras, não pude nem secar o

cabelo propriamente. me vesti sob a luz do ipod e corrí para o

palácio.

 

o monno já estava no final, mas deu para fazer uns videozinhos. o show

contou com a participação do juliano rosa (multisofa e tenis) nos

teclados e paulo barcelos, trompetista do fusile. mas quem roubou a

cena foi uma fã. o teatro joão ceschiati é pequeno, intimista. a

menina gritava a cada intervalo entre uma música e outra. "bruno, eu

te amo". "casa comigo". mas a melhor foi quando ela soltou um

"lindoooooooo" e alguém na platéia retrucou: "cegaaaaaaaa".

 

macaco bong levou algum público, incluindo meu coordenador de curso da

pós. foi bom que pude explicar o motivo da minha ausência em sala

nesses dias. não fiquei muito tempo, acho até legal a proposta da

banda, mas a música em si não me diz nada.

 

o pop armada, por outro lado, sofreu com o horário. o show começou

praticamente ao mesmo tempo da apresentação da mallu magalhães. a

platéia era composta por dois amigos dos caras, mais um povo da

produção que foi dar uma força. é impressionante constatar que uma

menina de 16 anos teve a proeza de fazer o que nenhum outro artista do

eletronika conseguiu: atrair gente.

 

tudo bem, a fernanda takai também encheu o grande teatro. mas todo

mundo que eu conhecia ali descolou uma cortesia para o primeiro dia do

festival. no caso da mallu, foi diferente. a área do bar, bem

movimentada durante toda a noite, mesmo nas horas das demais

apresentações, ficou às moscas no minuto que ela tocou o primeiro

acorde.

 

show da mallu. vamos lá. primeira música. não sei o nome, claro. não

sou conhecedora do repertório dela. mas não acho ruim, tá? só pra

esclarecer. acho bem produzido, bem tocado, bem cantado, as

referências são boas, a banda é competente. tudo certo.

 

segunda música. enquanto fazia os videozinhos, só conseguia pensar:

"olha como ela é fofa". "que lindinha essa menina". "com 16 anos e

tanto talento". "imagina quando ela crescer e tiver mais vivência para

compor?"

 

terceira música. "pô, que show chato".

 

ah não. sério. não dá. quem melhor definiu foi o lariu: a menina não

pára de miar. haja saco pra ficar mais de uma hora sentada,

assistindo àquilo.

 

voltei para o café, no andar de baixo, para tomar uma cerveja com os

amigos. depois me contaram que o atual namorado da mallu, helio do

vanguart (sem e, desta vez), fez uma participação no show. acho que o

michel pode dar mais detalhes. não me animei a voltar lá.

 

subi só para registrar o hurtmold. assisti a muitos shows deles na

vida. já deu.

 

voltei para pegar a coletiva da mallu, com direito a fila de fãs para

o autógrafo básico. eu e a mariana peixoto, do estado de minas, ainda

tentamos pilhar o james a tirar uma foto com a menina, mas a piada não

rendeu.

 

depois disso, o café esvaziou. voltamos para o andar de cima. entrei

no grande teatro pensando que já era o show do asobi seksu e até

estranhei. indie nada, o som é super punk. só quando cheguei perto do

palco, vi que era lucy & the popsonics. maldade com a banda, que teve

que ocupar um palco daquele tamanho.

 

quando o asobi entrou, eu até achei que finalmente ia assistir a algum

show inteiro e justificar minha credencial. ouvi algumas músicas da

banda ao longo da semana e gostei. ao vivo, parecia mais viceral,

puxando para um lado sonic youth. mas olha só, os caras saem de ny

para tocar no brasil e simplesmente não trazem um técnico de som. o

vocal do cara desapareceu, enquanto o da menina ficou alto demais. a

guitarra ia e vinha. tudo errado. desisti.

 

parecia que a noite já havia acabado, certo? que nada. 2o round:

velvet.

 

essa parte nem dá para explicar muita coisa. acho que vou fazer

diferente. a andréa, namorada do zé antônio, tirou umas fotos ótimas.

seguindo o pensamento de que uma imagem vale mais do que mil palavras,

crio um álbum lá no meu orkut e coloco legendas. mais fácil pra mim e

pra vocês.

 

obs1: ainda teve o 3o round, as 6 da manhã, na obra. mas a essa hora,

eu nem me lembro mais o que tocou ou deixou de tocar.

 

obs2: acabei o relato e o "nada por mim" continua no vizinho. acho que

vou chamar a polícia.

 

por fernanda azevedo  

 

 


 

 

 

Mashup de família

 

 
quando criança eu tinha uma fitinha que minha mãe trouxe do paraguai com aquela versão esporrenta do b-side de hey jude.

meu irmão tinha um estéreo e eu tinha outro. dividíamos o mesmo quarto e nenhum dos dois tinha fones. cada um colocava o seu som. e ia aumentando o volume pra não escutar a música do outro. até um ponto que ninguém mais ouvia porra nenhuma e virarava  competição pra ver quem colocava o som mais alto.

revolution era minha predileta porque aquele início era imbatível.

 

por fabito


 

A Marrom

 

Márvio: Tá rolando uma Alcione forte no vizinho. Até baixei a ópera.

JJ: "Até baixei a ópera." UI, phyno!

Márvio: Tu tinha que ver ontem. Botei La Bohème pra rolar alto pra caralho, abri a janela e mandei ver na voz. Teve palmas do prédio da frente. Meu vizinho do lado abriu a janela, a vizinha da frente ficou espiando das cortinas, uma vizinha lá no alto ficou olhando pasma e eu cagando pra geral (mentira, tava adorando aquilo tudo). A noite começou cósmica. Hoje de manhã, um cara que morou comigo e hoje mora dois andares pra baixo mandou o seguinte MSN:
- Vc aceita pedidos? Devia fazer isso mais vezes.

 

Silvano: HAHAHA queria ver isso

Bianchini: Vi ontem antes de ir pro futebol. Eu e Helena chegamos à conclusão de que o Márvio quer virar personagem folclórico do bairro. A etapa seguinte é ir comprar pão e leite de pijama e com toalha amarrada na cabeça.

 

por geral

 

SQUIRT

 

meninas e meninos,

 

são três da manhã e eu estou bêbeda de mojito. eu trouxe o barman que

construiu os mojitos pra casa, mostrei o vídeo pra ele, a gente testou e

nas palavras dele, que pulou da cama juntando as duas mãos:

 

'você encheu tudo'.

 

então é isso, testado e aprovado, funciona. eu nem sei o que dizer ao certo

porque foi uma das coisas mais maneiras que eu fiz em se tratando de sexo,

e depois de ejacular eu só pulava pulava e ria que nem criança, isso porque

eu já tinha ejaculado antes na vida, mas com isso do vídeo foi quase que

INAUGURAL. não é apenas divertido, é incomensuravelmente pleasurable, e

todo mundo devia pelo menos tentar.

 

estou tão feliz ^^

preciso trocar os lençóis!

por Lila

 

 

 

 

 

 

 

 

...algo assim...sei lá...

 

01100100011010010110000101110011

 

"não disse que ele não tinha morrido?"

Hoje estou de chapéu.
quando estava indo pra análise, a uma da tarde, passei pela praça santos dumont. tinha um monte de criança com uniforme de escola da prefeitura. de repente, um bando de umas quinze começaram a gritar "Maicol, Maicol!" enquanto eu esperava um taxi.
dei aquela olhadinha de rabo de olho e percebi que era comigo. continuaram berrando, até que fiz um moonwalk. 
aí elas não só começaram a gritar ainda mais alto como vieram pra perto de mim, pedindo autógrafo e dizendo uma pra outra "não disse que ele não tinha morrido?"
mantê-lo vivo depende de cada um de nós. no meu coração ele vai viver pra sempre.

valeu, jacko! 

por Michael Jackson Pilha Errada